Portugal das minhas memórias
Não interessa como luto;
Não posso mais negar
O sentimento de revolta
E não posso mais deixar
Portugal das minhas memórias
Tanto tempo juntos
Criámos tantas histórias
Acima de tantos assuntos
Tanto Mundo segundo
Que neste mundo sou vagabundo
Moribundo imundo
Ser oriundo sem fundo
Instinto agudo
Amordiçado sou mudo
Cheio de conteúdo
Graúdo
Na escola da vida estudo
Inteligência é o meu escudo
Contra falsidades luto
Na verdade sou absoluto
astuto atributo
Que escuto meu puto
Mais um minuto
E torno-me dissoluto
Eu sou bismuto
Apenas mais um produto
Pronto a ser substituto
De mais um rapper reduto
Faço-te um tributo
Se quiseres um estatuto
Neste flow bruto
métrica em rotundo
Vocabulário barrigudo
Em rimas pontiagudo
Nisto tenho tido tudo
Levanto o copo e saúdo
Aqueles que me poêm louco
oiço rouco de tao pouco
de tão pouco oiço mouco
De me tentarem derrubar
Vou-te tentar ensinar
alguma coisa sobre rapar
Rap não é odiar
Mas sim criticar
Todo o povo alertar
Os politicos sufocar
Com sentimentos revoltar
Quem nos tenta roubar